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Mostrando postagens de 2018

E Deus se lembrou...

Essa frase ocorre com frequência no Antigo Testamento. Poucas são as vezes que ela fala de uma coisa negativa, em geral, castigo (Cf. Sl. 137:7; Os. 7:2; 8:13; 9:9; Ap. 18:5). Na sua maioria, essa frase denota algo bom, uma intervenção misericordiosa de Deus para o planeta e especialmente para o homem. Majoritariamente está sempre ligada à aliança que Deus fez com o homem antes do Dilúvio, nos patriarcas, no Sinai, isso porque essa frase é quase exclusiva do A.T. Enquanto povo de Deus devemos orar (Is. 64:9): "Não te lembres constantemente das nossas maldades. Olha para nós, somos teu povo"! O povo de Deus constantemente orava para que Deus se lembrasse da sua aliança (Cf. Jr. 14:21): "Lembra-te da tua aliança conosco e não a quebres (...) por amor do teu nome".  Quando, por exemplo, em Levítico 26 o povo de Deus está no seu pior momento, Deus promete: 'Eu me lembrarei da minha aliança com Jacó, da minha aliança com Isaque, da minha aliança com Abraão e, ta

Minha resenha: A vida que vale a pena ser vivida - Dr. Clóvis de Barros Filho

Características do livro Publicado em 2014 pela editora Vozes, já está na sua 12ª edição; Em parceria com Arthur Meucci, professor de Filosofia; Possui dez capítulos, além de outras observações distribuídas em 208 páginas;  Impressões iniciais Descobri o Prof. Dr. Clóvis por acidente na Internet. Estava pesquisando sobre um dos meus filósofos prediletos - Arthur Schopenhauer - e um vídeo dele me chamou a atenção. A partir daí, comecei a assistir suas palestras sobre vários temas e acabei procurando seus livros para ler e aprender com ele. Graças à sua influência, comecei a apreciar Baruch Spinoza, Berkeley e, principalmente, Platão. O livro em si é como Clóvis diz: " Do Caralho ". (sic) Um bom elo entre nós foi o fato de ele palestrar e, ao invés de beber água, consumia Coca light. (Coca é - citando Clóvis ipsis litteris - "do caralho").  O livro em si No primeiro capítulo, propriamente dito, temos a vida pensada. Aqui, há uma jogada surpreende

A supremacia de Cristo: Bíblica, Teológica e exegeticamente [Cl. 1:15-20]

“Nada decidi saber entre vocês senão Jesus Cristo e este crucificado” -   1Co. 2:2 Jesus Cristo é o personagem principal de toda a história humana e também o personagem principal de toda a Escritura. É costumeiro dividir a Escritura como preparação, chegada e explanação de Cristo. Preparação fala-nos do Antigo Testamento onde ele é o Messias esperado. Anúncio ou chegada fala-nos dos evangelhos onde temos as obras de Jesus pelos homens. Explanação fala-nos das epístolas e Apocalipse onde nos é explicado a Pessoa e a Obra de Jesus pelos homens e sua vitória final sobre o mal de forma definitiva.   I.                     A supremacia de Jesus na Escritura O apóstolo João informa que Jesus é o Deus preexistente [Jo. 1:1]. O apóstolo Paulo o chama Senhor [1Co. 8:6] e Deus bendito [Rm. 9:5]. Pedro o chama de Salvador [At. 5:31]. Teólogos entendem que a teofania do Anjo do Senhor no Antigo Testamento fala de Cristo, pois ninguém nunca viu Deus, o Pai [Jo. 1:18]. Além do mais,

QUANDO NOSSA VIDA PERDE O SENTIDO: REFLEXÕES PARA UMA SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO

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QUANDO NOSSA VIDA PERDE O SENTIDO: REFLEXÕES PARA UMA SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO “O Filho do Homem será entregue nas mãos dos homens, e o matarão; mas, três dias depois da sua morte, ressuscitará.” (Mc. 9:31) Durante três anos e meio, a vida de doze homens e suas famílias gravitava em torno de uma figura enigmática: Jesus de Nazaré. Tudo o que faziam, diziam, eram e sentiam girava em torno de Jesus, o nazareno. Quando precisavam de saúde, ele os curava; quando precisavam de provisão, ele a enviava; quando precisavam de conselhos, ele os dava. Ele era a resposta de Deus às necessidades e ansiedades daqueles doze e suas famílias. Eles testemunharam que ele era o Salvador do mundo. Numa noite fatídica, no entanto, à mesa Jesus notifica aqueles doze que seria sua última refeição com eles. Estabelecia aí a Ceia do Senhor ou a Eucaristia. Eles foram todos tomados de pavor, segundo o relato do Evangelista João. Aquele que era vida dos homens estava anunciando que regressaria para o Pai. Q

A oração do Senhor: O quarto pedido em Mateus e o terceiro em Lucas: O Pão Nosso diário dá-nos hoje (2)

A oração do Senhor – Lc. 11:1-4 Orar é invocar a Deus em toda a necessidade. Todos nós devemos e precisamos orar. Somos ordenados por Deus a orar no segundo mandamento da Lei e aqui somos presenteados por Deus com uma oração que abrange tudo o que precisamos nessa vida. Essa é a oração da Igreja, é comunitária , todos os verbos estão no plural Aqui oramos uns pelos outros e uns com os outros. Essa oração é trinitária, foca em Deus, o Pai, o Criador, ao pedirmos o pão que representa tudo que vem da terra. Foca em Deus, o Filho, ao pedirmos perdão e, em Deus, o Espírito Santo ao pedirmos livramento das tentações. Nessa passagem, temos na oração cinco pedidos: • Santifica o teu nome – v. 2 • Traga seu Reino – v. 2b • Dá-nos nosso pão diário – v. 3 • Perdoa nossos pecados – v. 4 • Livra-nos da tentação – v. 4 Por ora, detenhamo-nos no terceiro pedido dessa passagem: O pão diário. Esse pedido abrange, como já dissemos, todas as coisas necessárias para a vida terrena.

Oração do Senhor: O quarto pedido

Oração do Senhor: O quarto Pedido “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje” A oração do Senhor consta de sete pedidos: 1. Santificado seja seu nome; 2. Venha teu Reino;   3. Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu;   4. O pão nosso de cada dia dá-nos hoje;   5. Perdoa nossos pecados, assim como nós também perdoamos aos que nos ofenderam;   6. Não nos conduzas à tentação;   7. Mas livra-nos do Maligno; O quarto pedido tem a ver com a criação – papel proeminentemente, mas não exclusivo de Deus, o Pai.   Na Bíblia, o pão representa tudo quanto é necessário para subsistência física e emocional na Terra. Aqui, oramos para que Deus nos dê tudo quanto for necessário para nossa subsistência em todos os níveis (familiar, profissional, corporal, social, governamental).  Essa oração do Senhor é trinitária . Relaciona-se com o Pai falando da criação e sua manutenção, com o Filho e a redenção e com o Espírito Santo falando da preservação e santificação. Olha para

Resenha: Gestão da emoção (AUGUSTO CURY)

Gestão da emoção: Gestão do pensamento Augusto estabelece esse fato logo no início da obra (p. 08), onde ele diz: “a gestão da emoção depende da gestão do pensamento”. Mais adiante, ele reafirma e expande essa ideia dizendo (p. 119): “ A unidade básica da mente humana é o pensamento, Os pensamentos são os alicerces e os tijolos de todos os tipos de conhecimento: dos lúcidos aos estúpidos, das ideias inteligentes às perturbadoras, das ciências humanas às lógicas. Os pensamentos também são os trilhos das emoções. Pensa-se no futuro e sofre-se por antecipação. Rumina-se a discriminação e experimentam-se angústias. Alegria e tristeza, euforia e humor depressivo, prazer e angústia, aplausos e vaias, autoestima e autopunição, amor e ódio, enfim, o universo das emoções depende dos trilhos dos pensamentos ”. (Grifo nosso). O autor sabe que gerir o pensamento é exercer a capacidade crítica de pensar e qual o resultado dela. Ele diz (p. 33): “(...) Toda crítica é maculada pelo olhar do

Um convite à reflexão: Resenha de podres de mimados – Theodore Dalrymple

Um convite à reflexão: Resenha de podres de mimados – Theodore Dalrymple O livro tem seis capítulos. Trabalha uma crítica pertinente ao sentimentalismo. Afinal de contas, o que é “Sentimentalismo”? Dalrymple, valendo de uma expressão de Myron Magnet, diz que sentimentalismo é a expressão da emoção sem julgamento. Talvez ele seja pior do que isso: é a expressão da emoção sem um reconhecimento de que o julgamento deveria fazer parte de como devemos reagir ao que vemos e ouvimos (pg. 87). A pergunta que se faz a essa altura é: “Então, sentimentalismo é contra qualquer expressão de emoção”? A resposta que Dalrymple é que não. Ele escreve: “ A questão não é se deve haver emoções, mas como, quando e em que grau elas devem ser expressadas, e que papel elas devem desempenhar na vida humana ” (p. 78).  O livro aponta que o sentimentalismo é a causa de muitos males que assediam a sociedade hoje. Uma das maiores influências nesse caso é Jean Jacques Rosseau com o seu romantismo. Segundo

Resenha: “Mulheres” – Charles Bukowski

Há três coisas misteriosas demais para mim, quatro que não consigo entender: O caminho do abutre no céu, o caminho da serpente sobre a rocha, o caminho do navio em alto mar, e o caminho do homem com uma moça (Pv. 30:18,19). Nada melhor começar resenhar esse livro com essa citação da Bíblia. O livro é a estória de Henry Chinaski e, pelo menos, 27 mulheres.  Ao resenhar este livro, quero apresentar algumas lições: I. O papel instrutivo das mulheres na vida de um homem. No primeiro encontro entre Chinaski e Lydia, esta lhe ensinou a praticar sexo oral em mulheres. O ponto pode parecer irrelevante, porém ganha cor ao observarmos que ele era um homem já de meia-idade aprendendo algo com uma mulher mais nova (p 22).  II. A perseverança das mulheres Chinaski, como alter ego de Bukowski, era de fato, mulherengo. Todavia, algumas mulheres na trama insistem em permanecer em sua vida até mesmo em face desse fato. Cito aqui dois exemplos: Lydia e Sara. Ambas viram Chinaski