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Mostrando postagens de outubro, 2019

Análise da história de Jó

Já vi tanto as pessoas colocarem a História de Jó como exemplo dizendo que da mesma forma que Deus deu tudo em dobro para ele, também o faria nas vossas vidas. Não acredito que seja errado, mas o que venho pensando é que se permaneceríamos fiéis como Jó quando passássemos por tudo o que ele passou, sem tirar uma vírgula sequer. Vamos pensar um pouco sobre. Quem era Jó? O que ele tinha e o que ele perdeu? A bíblia diz que ele era um homem íntegro e reto, temia a Deus e se desviava do mal. Tinha sete filhos e três filhas. Sete mil ovelhas ,três mil camelos, 500 juntas de bois e 500 jumentas. A seu serviço, muita gente, (Jó 1:1-3). Ainda no verso 3 diz: “de maneira que este homem era o maior de todos os do Oriente” . Podemos ver que ele possuía grande riqueza e tinha uma grande família. Jó ainda oferecia, continuamente, holocaustos segundo o número de todos os filhos (Jó 1:5). Então ele perde tudo isso num mesmo dia (Jó 1:13-19).  Após perder tudo, a riqueza, os servos, os

Um cristianismo além da Reforma

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Aproximamo-nos de 502 anos de Reforma Protestante e tem muita gente que acha que esse evento é o suprassumo do cristianismo. O que proponho a escrever hoje é sobre um cristianismo além e anterior à Reforma. A Reforma é, sem dúvida, um evento importantíssimo, porém, estritamente Ocidental. O cristianismo oriental foi pouco afetado por esse evento. Essa é a razão pela qual digo que há um cristianismo além da Reforma. Comecemos pela origem: O Cristianismo antigo, o cristianismo apostólico. I.                    O Cristianismo apostólico Mosaico do Cristo Pantocrator (Cristo todo-Poderoso) O cristianismo antigo era simples e poderoso. Os discípulos davam testemunho de Cristo onde fossem e esse foi o maior ímpeto missionário da época. A perseguição nos primeiros vinte anos de cristianismo foi o propulsor da mensagem. Espalhados pelo mundo afora, os cristãos pregavam a mensagem da reconciliação com Deus. A mensagem era unificada. Desde o século 2  º, nos ritos batisma

Contentamento... A coragem cristã para experimentar o comum!

Entretenimento, comércio e religião são, sob muitos aspectos, as melhores maneiras que encontramos para fugir do que é ordinário e maçante. Buscamos uma grande experiência que dê alívio e, quem sabe, sentido à nossa senda. Queremos o extraordinário, o radical, o impossível! Mas... seria esse o propósito da vida?  Poderia tecer dezenas de comentários sobre cada uma das ideias que a humanidade criou para reagir à rotina, mas vou me ater ao uso da religião para esse fim, pois tal uso apresenta um assunto precioso da espiritualidade: o contentamento, que é a coragem cristã para experimentar o comum. [...]  Se desejamos fazer algo grandioso para Deus, tornemo-nos mais humanos, conforme Jesus, o Nazareno, pois o fim da espiritualidade cristã não é fazer gente virar anjo! Precisamos nos alistar novamente nos campos vastos do cotidiano e encarar de novo o chamado da rotina. [...] Irmão Lawrence (1614–1691) disse algo que desejo viver: Para ele, o horário de trabalho não diferia da hora de ora