JUSTIFICAÇÃO PELA GRAÇA, MEDIANTE A FÉ
"Se este artigo permanece [justificação pela graça mediante a fé] em sua pureza, também a cristandade se mantém pura e em boa harmonia, e livre de qualquer seita; se, todavia, não se mantiver pura, não será então possível evitar alguns erros ou sectarismos" (Martinho Lutero).¹ Lutero chamou o artigo da justificação pela graça mediante a fé de o artigo pelo qual a igreja se mantém de pé ou cai, tão importante que é. A justificação pela graça é um ato único que acontece no tribunal de Deus. Ao crermos em Cristo, à vista de Deus, é imputada a nós a justiça de Cristo. A partir daí, somos vistos como santos diante de Deus. Essa é a razão pela qual Lutero declara que somos simultaneamente justos e pecadores (simul justus et peccator), pois apesar de ainda praticarmos pecados, Deus considera-nos revestidos da perfeita justiça de Cristo. Essa é a "justiça estrangeira" da qual Lutero tanto fala, pois é externa a nós, mas igualmente aplicada a nós. A justificação é