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Um lembrete: Teologia da Cruz sim, teologia da glória, não!

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Em meados de 1500, Lutero falou sobre a Teologia da glória que é a busca humana de enxergar a Deus em suas obras miraculosas como visões, curas e milagres. É tentar conhecer, como ele esclarece, a essência invisível de Deus  (Debate de Heidelberg, tese 19). A teologia da glória é voltada para a especulação filosófica, para o misticismo e para as boas obras meritórias. Usando a imagem do reformador, a Teologia da glória são as escadas humanas nas quais o homem tenta alcançar o céu. É o Zigurate de Babel. É o esforço que dita a conquista. O Pr. Glênio Fonseca Paranaguá , em seu livro, Religião: Uma bandeira do inferno (editora IDE,  2011), diz (p. 32): " A religião é uma escada muito comprida, ainda que extremamente curta, que o homem usa para pretender se conectar com Deus " . Ele prossegue, em seu livro, dizendo (p. 18): " Alguém já disse: 'Tantas são as pessoas, tantas as religiões' ". Essa miríade de religião que há no mundo demonstra que todo ser-humano ...

Um cristianismo além da Reforma

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Aproximamo-nos de 502 anos de Reforma Protestante e tem muita gente que acha que esse evento é o suprassumo do cristianismo. O que proponho a escrever hoje é sobre um cristianismo além e anterior à Reforma. A Reforma é, sem dúvida, um evento importantíssimo, porém, estritamente Ocidental. O cristianismo oriental foi pouco afetado por esse evento. Essa é a razão pela qual digo que há um cristianismo além da Reforma. Comecemos pela origem: O Cristianismo antigo, o cristianismo apostólico. I.                    O Cristianismo apostólico Mosaico do Cristo Pantocrator (Cristo todo-Poderoso) O cristianismo antigo era simples e poderoso. Os discípulos davam testemunho de Cristo onde fossem e esse foi o maior ímpeto missionário da época. A perseguição nos primeiros vinte anos de cristianismo foi o propulsor da mensagem. Espalhados pelo mundo afora, os cristãos pregavam a mensagem da...

Série "Lei e Evangelho": As duas vozes de Deus

A CORRETA DISTINÇÃO ENTRE LEI E EVANGELHO (II) AS DUAS VOZES: SALVAÇÃO E CONDENAÇÃO “Onde e com quem Deus fala, seja em ira, seja em graça essa pessoa certamente é imortal. A pessoa de Deus que fala e a Palavra salientam que nós somos a espécie de criaturas com quem Deus quer falar eternamente e de modo imortal”.  – Lutero [1] Eis aqui a tônica das duas vozes. Uma aponta para a condenação e outra para a salvação.  Ela não é algo peculiar da teologia luterana; antes, remonta à própria Bíblia. Os profetas testemunharam dela, João Batista testemunhou dela, o Senhor testemunhou dela, os apóstolos testemunharam dela e os pais da Igreja também. Atentemo-nos à tal testemunho: ·          Nos profetas “Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida eterna, outros para vergonha e horror eterno ”. – Daniel 12:2 ·          João Batista “Eu batizo vocês com água, para...

Série "Lei e Evangelho": Introdução

A CORRETA DISTINÇÃO ENTRE LEI E EVANGELHO (I) O EVANGELHO NO ANTIGO TESTAMENTO Teologicamente falando, a distinção entre Lei e Evangelho é particularidade da tradição luterana e Lutero falou muito sobre ela. Uma das coisas que ele enfatizou é que o evangelho não é coisa exclusiva do Novo Testamento. O evangelho pode e está presente em passagens do Antigo Testamento. Algumas passagens do Antigo Testamento que são evangélicas podem ser vistas em Gênesis 3:15; Isaias 9:6; 35:5-6; 53:1-12; Salmo 16:10; etc. Além das prefigurações e tipos nos patriarcas [1] , no cordeiro da páscoa de Êxodo [2] , nos milagres da peregrinação no deserto (água que brota da rocha, a serpente de bronze) [3] e nos profetas [4] . O evangelista Lucas informa que João Batista pregava o Evangelho (3:18):   E assim, com muitas outras exortações, João anunciava o evangelho ao povo (NAA) [5] . É consensual na Bíblia que João foi um profeta que pertenceu à era do Antigo Testamento; Jesus m...