Um breve comentário sobre Charles Spurgeon o "Princípe dos Pregadores" (Parte I: Sua crença - O Calvinismo)

No livro "Calvinismo: As antigas doutrinas da Graça", Paulo Anglada falando de Charles Spurgeon escreve: "O que ele pregava? Que ele mesmo responda: " A Velha verdade que Calvino pregava, que Agostinho pregava, que Paulo pregava, é a verdade que tenho que pregar hoje, ou do contrário, serei falso para com a minha consciência e para com o meu Deus...  O evangelho de Jonh Knox é o meu Evangelho". "Meu labor diário é reavivar as velhas doutrinas de Gill, Owen, Calvino, Agostinho e Cristo"."

Qual é essa verdade comumente chamada "Calvinismo"? No próprio livro "Calvinismo: As antigas doutrinas da Graça", Paulo Anglada responde: "O Calvinismo é a síntese das doutrinas dos reformadores; que por sua vez, é a redescoberta da pregação apostólica do evangelho bíblico; é também é confessada na maioria das confissões de fé protestantes. O Calvinismo, portanto, são as antigas doutrinas da Graça". Esse sistema doutrinário tem uma grande gama de testemunhas de "peso" como: Agostinho, Lutero, Calvino, Tyndale, Jonh Knox, Rutherford, Jonh Bunyan, Jonathan Edwards, Whitefield, Spurgeon Lloyd-Jones. O que ele ensina?

  1. Em relação à queda: A corrupção espiritual produzida pela queda foi tal que, espiritualmente falando, o homem está morto nos seus delitos e pecados. O homem não precisa de justificação, mas de vivificação, ele precisa ser regenerado pelo Espírito para que então e só então, possa ser convencido de pecado e iluminado para crer no Evangelho da Salvação
  2. Em relação à Eleição: A fé e o arrependimento não são condição, mas resultado da Eleição. Deus não elege porque antevê arrependimento e fé; Ele produz arrependimento e fé porque Elegeu.
  3. Em relação à Expiação: Com sua morte na cruz, Cristo providenciou resgate potencial para todos, mas efetivo apenas aos Eleitos.
  4. Em relação à Graça Salvadora: Gerada apenas por Deus. Não por mérito Humano, nem por esforço humano. Na Palavra apostólica é "Nós O amamos (a Deus) porque ele nos amou primeiro". E: "Estavámos mortos espiritualmente, sem nenhum impulso que nos levasse a escolher Deus, porque ele é quem opera em nós o querer e o Efetuar." Somos Salvos porque ele escolheu nos salvar e não porque merecíamos ser salvos.
  5. Chamado Eficaz: Partindo do princípio que O Senhor Jesus é  o "Autor e Consumador da Fé" e também da Salvação Eterna (Isaías 45:22; Hebreus 5:9) e que ele não varia (Hebreus 13:8; Tiago 1:17), aqueles à quem Ele chamou ele glorificou (Romanos 8:30)  que é último estágio da Salvação.[
As Escrituras ensinam que o homem é responsável quanto a crer no Evangelho, ao mesmo tempo em que, por causa do pecado, está totalmente inabilitado por si mesmo para tal. Ninguém exceto os eleitos podem ser salvos, mas prega o Evangelho a todos convocando-os ao arrependimento. Insta que o homem está morto e somente a Graça de Deus pode retirá-lo desse lugar de morte, contudo, também diz que os pecadores devem se submeter ao Evangelho.

Nas Palavras de Paulo Anglada "O Calvinista não consegue conciliar plenamente estas revelações, mas dobra-se diante de ambas, se contudo, confudir responsabilidade humana com livre arbitrio, nem sabedoria de Deus com determinismo. A vontade de Deus não depende da vontade do homem, mas a vontade do homem, sim, depende da vontade de Deus. Contudo, Deus opera de tal modo que a vontade do homem não é violada" e sim vivificada para se inclinar (ato de vontade) ao que o Espírito quer (Romanos 8:5,6)

Esta é a "Síntese" da doutrina ou teologia de Charles Spurgeon, o princípe dos pregadores!

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