As antigas doutrinas da Graça
AS ANTIGAS DOUTRINAS DA GRAÇA
As antigas Doutrinas da Graça são a síntese da
doutrina dos reformadores
As antigas doutrinas da graça são a síntese da doutrina dos
reformadores, as quais, por sua vez, consistem na redescoberta da pregação apostólica.
As confissões de fé das Igrejas Luterana, Reformada, Presbiteriana, Anglicana
Congregacional e Batista, professam em suas confissões de fé originais, as
antigas doutrinas da Graça.
O termo Calvinismo é usado para identificar as antigas
doutrinas da Graça, mas esse termo não é muito apropriado, não porque não corresponda
às doutrinas ensinadas por João Calvino o reformador francês, mas porque, na
realidade essas doutrinas não são subscritas apenas por Ele.
As antigas doutrinas da Graça foram ensinadas pelo Senhor
Jesus, por seus apóstolos, por Agostinho, por Lutero, por Calvino, por Tyndale,
por Latimer, Por João Knox, por Parkins, por Rutherford, por João Bunyan, por
Owen, por Mathew Henry, Jonathas Edwards, George Whitefield, por Charles
Spurgeon, por Jonh Stott, Jonh Piper, Lloyd-Jones, Augustus Nicodemus,
Hernandes Dias Lopes e tantos outros.
As antigas doutrinas da Graça são
ortodoxas
Na época dos pais da Igreja, por volta do quarto século da
Era Comum, levantou-se um monge chamado Pelágio, que ensinava que não herdamos
as tendências pecaminosas de Adão, mas que cada alma faz sua escolha, seja para
pecar, seja para viver retamente; ensinava que a vontade humana é livre e
responsável por suas decisões. Contra essa idéia, surgiu então o maior teólogo da
Igreja, depois do apóstolo Paulo, chamado de Agostinho de Hipona nascido no ano
354 DC no norte da África, convertido aos 33 anos por influência de Mônica sua
mãe e dos ensinos de Ambrósio, bispo de Milão e bem assim pelos estudos das
epístolas de Paulo, Agostinho defendia que Adão representava toda a raça
humana, que no pecado de Adão, todos os homens pecaram e são pecadores, e todo
o gênero humano é considerado culpado. Agostinho ensinava ainda que o homem não
possa aceitar a salvação unicamente por sua própria escolha, mas somente pela
vontade de Deus, o qual é quem escolhe aqueles que devem ser salvos.
A doutrina
Pelagiana foi condenada no concílio de Cartago no ano 418 e a teologia
agostiniana tornou-se a regra ortodoxa da Igreja. Somente mais tarde, nos
tempos modernos, na Holanda, sob orientação de Armínio, (ano de 1600) e no
século XVIII, com Jonh Wesley é que a Igreja afastou-se do sistema doutrinário
agostiniano.
A opinião pessoal de Charles Spurgeon, o príncipe dos
pregadores é que “não há pregação de
Cristo e este crucificado, a menos que se pregue a aquilo que atualmente se
chama calvinismo. É cognome chamar isso de Calvinismo; pois calvinismo é o
Evangelho e nada mais. Não creio que possamos pregar o evangelho a menos que
preguemos a soberania de Deus em sua dispensação da graça; e também a menos que
exaltemos o amor eletivo, imutável, eterno, inalterável e conquistador de
Jeová; como também não penso que não podemos pregar o evangelho a menos que o
alicercemos sobre a redenção especial e particular que Cristo realizou na cruz;
e também não posso compreender um evangelho que permite que os santos apostatem
depois de haverem sido chamados.”
As antigas Doutrinas da Graça são amplamente resistidas
pelos homens ímpios
Charles Spurgeon viveu numa época em que o Calvinismo era
bastante resistido, em que muitos eram unânimes em afirmar que a teologia
calvinista era desapropriada para as necessidades e espírito dos tempos modernos.
Isso porque as antigas doutrinas da graça reduzem o homem a nada e exalta a
Deus soberanamente. As antigas doutrinas da Graça salientam a incapacidade
humana e o amor redentor de Deus. O calvinismo está interessado em reconhecer
plenamente a majestade, a soberania, à independência, à onisciência, a presciência,
a onipotência, a onipresença, santidade, fidelidade, justiça, bondade,
longanimidade, amor, misericórdia, e os demais atributos de Deus comunicando-lhe
toda virtude, honra, glória, louvor e adoração só a Ele devidas.
Jonh Wesley reconheceu a ênfase calvinista quando afirmou
com relação a Whitefield, por ocasião do seu funeral: “seu ponto fundamental era dar a Deus toda a glória de tudo o que de bom
pode haver no homem. No que diz respeito a salvação, ele colocou Cristo o mais
alto possível e o homem o mais baixo”.
a Doutrina Calvinista: TULIP
O calvinismo pode ser condensado no acróstico
"TULIP":
• Total Depravação (T) → O homem está morto nos seus
delitos e pecados e não pode escolher livremente a Deus, sua natureza e
inclinações são ativas, adeptas e reféns ao mal. Só o ato soberano e
misericordioso de Deus pode resgatá-lo dessa situação;
• Eleição Incondicional (U) → Dentre toda a raça
decadente, Deus livremente e movido por Compaixão escolheu salvar alguns,
independente de seus méritos e suas ações. Deus não escolhe aqueles que se
arrependem, eles se arrependem porque são escolhidos. São eleitos não por
obras, mas por causa do grande amor salvífico de Deus. O calvinista diz “Devo
minha fé a Minha Eleição” e não “devo minha eleição a minha fé”.
• Expiação Limitada (L) → Também conhecido como
"Expiação Objetiva". O arminianismo crê que Jesus possibilitou a salvação
de todos, já o calvinismo assegura que Jesus morreu apenas para assegurar a
salvação dos eleitos. A morte de Jesus é suficiente para salvar todos, mas
eficaz apenas aos eleitos. No fim das contas, apenas os eleitos serão
objetivamente salvos. O calvinista diz “ Cristo obteve para mim minha salvação
no Calvário” e não “eu não poderia obter minha salvação sem o calvário”.
• Graça Irresistível (I) → Esse conceito também é conhecido
como "Vocação Eficaz". A idéia transmitida nesse conceito é a
capacidade que o Espírito Santo tem de convencer a capacidade rebelde do homem
a se submeter a Deus e a obedecê-lO, sem isentá-lo de sua responsabilidade.
• Perseverança dos Santos (P) → Também chamado de
"Preservação dos Santos". A idéia transmitida por esse conceito
é que aqueles que são chamados por Deus, serão conduzidos inevitavelmente a
salvação. Pode ocorrer que eles tropecem e até eventualmente caiam, mas inevitavelmente
serão restaurados e conduzidos por Ele à Glória. Sustentam que por ser obra do
Deus Tri-Uno, ela é eterna.
ALGUMAS BASES BÍBLICAS PARA O TULIP
• TOTAL DEPRAVAÇÃO → Gn 2:17; Sl 51:5; Rm 3:10-12; 5:12; Ef 2:1,5
• ELEIÇÃO INCONDICIONAL → Ef 1:4,5; 1 Ts 2:13; Rm 8:33
• EXPIAÇÃO LIMITADA → Mt 20:28; Is 53:8-12; At 20:28; Tt 2:14
• GRAÇA IRRESISTÍVEL → Sl 119:36; Pv 21:1; Dn 4:35; Jo 1:12-13
• PERSEVERANÇA DOS SANTOS → Fp 1:6; Jd 24; Jo 10:27-29
• ELEIÇÃO INCONDICIONAL → Ef 1:4,5; 1 Ts 2:13; Rm 8:33
• EXPIAÇÃO LIMITADA → Mt 20:28; Is 53:8-12; At 20:28; Tt 2:14
• GRAÇA IRRESISTÍVEL → Sl 119:36; Pv 21:1; Dn 4:35; Jo 1:12-13
• PERSEVERANÇA DOS SANTOS → Fp 1:6; Jd 24; Jo 10:27-29
Os Calvinistas e as
Missões:
Todos aqueles que
tem uma noção básica de História da Igreja sabem que os grandes evangelistas, são
em sua maioria calvinistas. Citamos,
para exemplo, Calvino, Knox, Whitefield, Jonh Elliot, David Brainerd, Spurgeon;
na época do Brasil Colonial, vinte por cento dos pastores calvinistas
trabalhavam como evangelistas entre os índios. Os fundadores das Sociedades missionárias
que levaram o evangelho à India, à Africa, à Australia, à América do Sul eram
todos calvinistas.
O calvinismo pode
ser mal interpretado e resultar em HiperCalvinismo ou então em Arminianismo.
Mas se corretamente compreendido, ele é fonte de alegria para a mente e fogo
para o coração. O que apresentamos aqui foi muito sintetizado, devido ao tempo
e ao espaço que dispomos, cremos que se alguém aplicar o Coração a tal estudo
entenderá melhor essa sã doutrina, pois o Senhor prometeu: “Se alguém decidir fazer a vontade de Deus
descobrirá se o meu ensino vem de Deus ou se falo por mim mesmo.” (João 7:17).
Fontes Bibliográficas:
Calvinismo – As antigas doutrinas da Graça –
Paulo Anglada
História da Igreja – Jesse L. Burtlman
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