O Cânon do Antigo Testamento
O Cânon do Antigo
Testamento
Divisão Tríplice:
1. Lei, Profetas e Escritos – Lucas 24:44
Elias, levita, escrevendo em 1588, fala da crença que o povo
tinha, dizendo: “No tempo de Esdras os 24 livros ainda não estavam unidos em um
volume. Esdras e seus associados fizeram deles um volume dividido em três
partes, a lei, os profetas e a hagiógrafa.” Esta tradição contém verdades. Se
pode ser aceita em todos os seus particulares, isso depende de determinar a
data em que certo, livros foram escritos, tais como Neemias e Crônicas.
Há três traduções universalmente
reconhecidas do Cânon do Antigo Testamento e cada qual segue um arranjo e
coleção de livros diferentes.
O Texto Grego (LXX)
A Vulgata (Latina)
O Texto Massorético (TM)
A Vulgata (Latina)
O Texto Massorético (TM)
O texto Grego segue um arranjo temático e tem catorze livros e
adições que não constam no TM, que posteriormente foram reconhecidos como
Apócrifos.
Divide o texto em quatro pilares:
1) Lei; 2) História; 3) Poesia 4) Proféticos.
A
Vulgata segue o mesmo arranjo que o texto
Grego; A Bíblia protestante segue o arranjo da Vulgata e o conteúdo do TM.
O texto Massorético também conhecido com Tanakh que são as iniciais
das divisões:
T (Torah) – Lei – Gênesis a Deuteronômio
N (Nebihim) – Profetas – Josué a Malaquias
K (Ketubim) – Escritos – Jó a 2 Crônicas
Suas respectivas
Divisões:
O Cânone Hebraico sempre
permaneceu o mesmo, ora sendo dividido em 22 livros (agrupando os livros de
Samuel, Reis e Crônicas, agrupando o livro de Juízes e Rute, agrupando os livros
de Jeremias e Lamentações), ora em 24 livros (mantendo unidos os livros de
Samuel, Reis e Crônicas, mas separando Juízes de Rute e separando Lamentações
do Livro de Jeremias), ora sendo dividido em 39 livros (formação protestante).
As listas “Canônicas”:
1.
Bispo Melito de Sardes (c. 170 dC) – Omite-se
Ester por motivos desconhecidos e todos os apócrifos.
2.
Orígenes (c. 200 dC) – uma lista de 22 livros
iguais ao TM, com adição da Epístola de Jeremias.
3.
Tertuliano (c. 160 a 250 dC) uma lista de 24
livros
4.
Hilário de Poitiers (c. 305-366 dC) uma lista de
22 livros
5.
Atanásio – “Há, pois, no Antigo Testamento vinte
e dois livros” (39ª Carta, parágrafo 4)
Testemunhas da veracidade desse Cânone:
Já na época de Josefo (c. 100 dC) já havia um cânone do
Antigo Testamento como o conhecemos hoje. O livro de Eclesiástico (c. 190 aC)
já demonstrava em seu prólogo uma lista autorizada como conhecemos hoje. Josefo
diz que desde Xerxes (época de Malaquias) já não se tinham mais escrito nenhum
livro inspirado.
Os livros contestados (Antilegômena)
Cânticos, Ester, Eclesiastes,
Provérbios e Ezequiel. A escola de Shammai recusava a autenticidade e a escola
de Hillel a sustentava. Essa discussão encerrou-se no concílio de Jâmnia em 90
dC.
Cânticos por sua linguagem
altamente sensual – resolveu-se interpretando alegoricamente.
Ester por não constar o nome de
Deus – resolveu-se observando a providência de Deus em todo o livro.
Ezequiel por diferenças mínimas
do templo nele narrado com o templo de Salomão e o templo de Herodes –
resolveu-se dizendo que o templo nele narrado aponta para o Reinado Messiânico.
Os Apócrifos e Sua Rejeição:
Muitos argumentam
sua canonicidade apelando para versões antigas, porém, a única versão antiga
que os adota é a LXX, mesmo assim com discordâncias.
Muitos
argumentam sua canonicidade apelando para o “Cânone Alexandrino”, ignorando que
nem mesmo Filo de Alexandria cita esse “Cânone Alexandrino”, ao contrário, cita
o “Cânone Palestiniano”, ou seja, o TM. Já no segundo século, os alexandrinos
adotaram a versão de Áquila em detrimento da LXX, versão de Áquila não tinha os
apócrifos.
Muitos
argumentam sua canonicidade apelando para as recentes descobertas das cavernas
de Cunrã, esquecendo-se, porém que o simples fato de citá-los não comprovam a
canonicidade. O apóstolo Paulo cita Arato em Atos 15:28 e cita Menander em 1
Coríntios 15:33 e cita Epimênides em Tito 1:12 como Judas também cita Enoque em Judas 14, isso
de modo nenhum comprova autenticidade divina desses escritos.
Outros comprovam
sua canonicidade apelando para citações dos pais apostólicos. Todavia, sabe-se
que Agostinho ao enfrentar um antagonista que apelou para 2 Macabeus para
encerrar um argumento, Agostinho respondeu: “Sua causa é deveras fraca
demais, se recorreres a um livro que não
era da mesma categoria (de inspiração) daqueles que eram recebidos e aceitos
pelos Judeus”. Sabe-se ainda que Atanásio, rechaçou completamente os apócrifos
na sua 39ª carta conforme já demonstrado.
Um argumento
contrário é que nunca houve unanimidade desses apócrifos. Começaram com catorze
livros ou adições e em 1672 a Igreja Grega os reduziu a apenas quatro:
Sabedoria, Eclesiástico, Judite e Tobias.
Princípios de Canonicidade
Há vários princípios rejeitados,
mas há um princípio universalmente aceito: O Testemunho que Deus dá da
autoridade e autenticidade da sua Palavra. Antes mesmo de haver um testemunho
escrito da Lei, havia o testemunho oral. O Cânone foi se formando lentamente e
sua canonicidade era implícita.
“Os livros do Antigo
Testamento foram divinamente revelados, seus autores humanos eram homens santos
guiados pelo Espírito Santo (2 Pedro 1:20-21). Na sua boa providência, Deus fez
que seu povo reconhecesse e recebesse sua Palavra. Como é que se implantou nos
seus corações, no que diz respeito à identidade de sua Palavra, é algo que
talvez nunca saibamos compreender ou explicar totalmente. Podemos, não
obstante, seguir nosso Senhor, que deu o imprimatur da sua infalível autoridade
aos Livros do Antigo Testamento”[1]
O uso intrínseco dos judeus por
parte desses livros foi o que acabou gerando o reconhecimento universal de sua
canonicidade e rejeitando os demais livros, pois, nem todos os demais livros
eram usados universalmente.
O princípio profético foi uma
evidência imediata de sua canonicidade, demonstrado no “assim diz o SENHOR”
tanto atestado na Bíblia.
A reunião de tais livros no Canon
Hebraico deve-se a Esdras e a Grande Sinagoga, dos quais os Escribas copiavam
para as uso nas suas sinagogas. Havia uma tradição corrente, que o cânon fora
arranjado no tempo de Esdras e de Neemias. Josefo, já citado, fala da crença
universal de seus patrícios de que nenhum livro havia sido acrescentado desde o
tempo de Artaxerxes, isto é, desde Esdras e Neemias. Elias, levita, escrevendo
em 1588, fala da crença que o povo tinha, dizendo: “No tempo de Esdras os 24
livros ainda não estavam unidos em um volume. Esdras e seus associados fizeram
deles um volume dividido em três partes, a lei, os profetas e a hagiógrafa.”
Esta tradição contém verdades. Se pode ser aceita em todos os seus
particulares, isso depende de determinar a data em que certo, livros foram
escritos, tais como Neemias e Crônicas.
Os judeus aceitavam a canonicidade
de tais escritos como atesta Josefo:
Faz parte da natureza de cada
judeu, desde o dia em que nasce, considerar estas Escrituras como ensinos de
Deus; confiar nelas, e, se for necessário, dar alegremente a vida, em sua
defesa
Conclusão e Resumo:
1. O Cânone do AT formou-se gradativamente desde Moisés até Malaquias e Esdras e foram reunidos por Esdras em um volume;
2. O principal critério para canonicidade é o uso intrínseco das Escrituras pelos Judeus e o cumprimento das Profecias ou exatidão histórica.
3. Os apócrifos foram rejeitados desde cedo e não há consenso comum entre eles;
4. A lista de livros inspirados aceitos universalmente é idêntica a que possuímos hoje no nosso AT.
1. O Cânone do AT formou-se gradativamente desde Moisés até Malaquias e Esdras e foram reunidos por Esdras em um volume;
2. O principal critério para canonicidade é o uso intrínseco das Escrituras pelos Judeus e o cumprimento das Profecias ou exatidão histórica.
3. Os apócrifos foram rejeitados desde cedo e não há consenso comum entre eles;
4. A lista de livros inspirados aceitos universalmente é idêntica a que possuímos hoje no nosso AT.
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