Ponham à prova todas as coisas e fiquem com o que é bom - I Tessalonicenses 5:21

Uma das coisas que se percebe na História da Igreja é a diversidade de interpretações, mesmo pessoas contemporâneas tinham opiniões divergentes sobre o mesmo assunto, texto bíblico. Por exemplo, Zuinglio e Lutero tinham a mesma hermenêutica, mas divergiam seriamente nas questões da Ceia do Senhor. Um achava que a ceia era ao mesmo tempo pão e corpo do Senhor, o vinho era vinho e ao mesmo tempo sangue do Senhor, ao passo que outro pensava que o pão e o vinho eram apenas símbolos do corpo e do sangue do Senhor, um memorial.

Essa liberdade de interpretação veio em parte do princípio que os reformadores sustentavam: Todo cristão é livre para interpretar as Escrituras, sem depender do aval de Roma. Nessa época, os comentários romanos eram mais importantes que o texto da Escritura. A Igreja Romana sustentava que ela era a “mãe” das Escrituras e da tradição. Ao passo que os reformadores sustentavam que a Escritura era a regra normativa, autoritativa para a Igreja.

O Princípio bíblico básico aqui é aquele que o apóstolo Paulo dá em I Tessalonicenses 5:21 – “ponham à prova todas as coisas e fiquem com o que é bom”.

Dito isso é necessário esclarecer algumas coisas:

1.      Ao congregar numa denominação cristã, professamos concordar com todos os dogmas e doutrinas ali ensinados;

Não vamos sair por aí revoltosos com os pastores devido a nossa teologia, pois está implícito que concordamos com os seus ensinamentos. Porém, se não concorda com a sã doutrina, procuramos sair em paz.

2.      Não precisamos concordar com tudo o que os teólogos modernos dizem;

Cito meu exemplo:

 Quanto a soteriologia sou calvinista – Creio que a salvação começa e termina somente em Deus e por sua causa e glória.

Quanto a Pneumatologia sou Cessacionista– Creio que os dons sobrenaturais do Espírito Santo não estão em vigência hoje e creio ser o batismo do Espírito uma experiência  que todos os crentes recebem na conversão. Ainda que precisemos ser continuamente enchidos pelo mesmo Espírito. O Cessacionista crê nos dons do Espírito, só não reconhece como em vigência os dons miraculosos (profecia, línguas, cura)

Quanto a Escatologia sou Aliancista – Creio que Deus tem um plano único para Israel e para a Igreja. De sorte que na Igreja, todas as profecias que Deus deu a Israel se cumprem.

 Quanto a Eclesiologia concordo com o governo presbiteriano(adotado por exemplo na Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB) –  O governo presbiteriano serviu e serve de inspirações a vários regimes democráticos ao redor do mundo, principalmente no que diz respeito às esferas de poder. A forma de governo consiste numa ordem crescente de conselhos. O menor de todos os conselhos é o Conselho da Igreja Local, formado pelos ministros docentes (pastores) e pelos ministros leigos (presbíteros). Acima dos conselhos locais se encontram os Presbitérios, formados por presbíteros representantes de cada igreja de sua área de abrangência. Envolvendo os Presbitérios e formado por representantes dos mesmos, está o Sínodo, de autoridade máxima em sua circunscrição. Como estância máxima de apelação e decisões sobre a igreja está a Assembléia Geral ou Supremo Concílio, que toma todas as decisões sobre a Igreja e trata dos assuntos externos, ficando a cargo de exercer poder jurídico sobre decisões tomadas por conselhos inferiores.

Quanto a Exegese e hermenêutica – Prefiro o método gramático-histórico de Interpretação. Não sou liberal, nesse sentido sou “fundamentalista histórico” (hehehe)

É impossível ser teólogo sem um sistema de teologia pré-definido. É como o Rev. Augustus diz: Todo intérprete tem um óculos pelo qual interpreta as escrituras, se os óculos desse intérprete for amarelo, ele enxergará tudo amarelo, então, nossa teologia determinará a nossa interpretação.


Concluo esse pequeno escrito recitando o conselho de Paulo: ponham à prova todas as coisas e fiquem com o que é bom. Analise tudo  e fique com o que é mais bíblico.

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