A Igreja Moderna: Os despertamentos da Reforma Protestante
A Igreja Moderna: Os
despertamentos da Reforma Protestante
Seguindo-se a Reforma
Protestante, temos a Contra-Reforma, que teve como principal eixo de oposição
ao protestantismo a ‘Companhia de Jesus’ fundada por Inácio de Loyola e que
anos mais tarde seria a base para a Inquisição. A Contra-Reforma contou ainda
com o Concílio de Trento, onde estavam presentes 48 bispos católicos para
definir dentre outras coisas, os livros conhecidos pelos amados católicos como ‘deuterocanônicos’
e pelos protestantes como ‘apócrifos’. Há de se dizer que o ambiente do
concílio foi bastante controvertido, pois em um dado momento 40 dentre os 48
bispos presentes se agarraram em pancadaria. Esse concílio durou 18 anos.
Depois do Concílio, da Inquisição, a Igreja Romana lançou mão do Índex, isto é,
um conjunto de livros proibidos pela Igreja Romana, essa proibição não se
limitava apenas aos escritos protestantes, mas até mesmo aos escritos
científicos que discordavam da posição oficial de Roma. Mas a perseguição não cessa
por aqui, acontecem várias barbáries contra os protestantes como, por exemplo:
O massacre dos huguenotes na França, a noite de massacre de São Bartolomeu, a
proibição do Protestantismo na França, dentre outras coisas. Parecia que tudo
estava perdido; mas Deus sempre tem um remanescente fiel em meio a tantas
perseguições e esse remanescente fiel é o que deu origem aos despertamentos após
a reforma que veremos agora:
I.
O MOVIMENTO PURITANO
Pouco depois da Reforma, apareceram
três grupos diferentes na igreja inglesa: os romanistas – que procuravam fazer
amizade e nova união com Roma; o anglicanismo – que estava satisfeito com as
reformas moderadas estabelecidas nos reinados de Henrique VIII e Elizabeth; o
grupo radical – que desejava uma igreja igual às que se estabeleceram em
Genebra (muitos consideravam Genebra, ‘a mais perfeita escola de Cristo, desde
os tempos dos apóstolos’) e Escócia.
Esse último grupo ‘radical’ ficou
conhecido como os puritanos. Como o nome sugere, eles queriam uma igreja pura,
livre das contaminações da Igreja Romana e Anglicana O que eles queriam era a
pureza eclesiástica Na sua doutrina, na sua liturgia, no seu governo e na
sua vida.
Os puritanos eram os calvinistas da Inglaterra e posteriormente
das colônias da América do Norte, nos séculos XVI e XVII.
A forma de governo
eclesiástico entre eles não era unânime, alguns queriam que o governo fosse
como o da igreja da Escócia, isto é, presbiteriano, outros, queriam que o
governo fosse congregacional, isto é, que cada grupo local fosse independente e
uns poucos eram defensores do governo episcopal (a liderança dos bispos) apesar
dessa controvérsia todos eles permaneceram como membros da igreja inglesa.
Os puritanos eram fortes
defensores dos direitos populares; Foram eles que preparam a Confissão, o Catecismo
Maior, O Breve Catecismo de Westminster.
Após 1688 foram
reconhecidos como dissidentes da Igreja Inglesa e conseguiram o direito
de
organizarem-se independentemente.
Pelos puritanos surgiram três igrejas: A
Presbiteriana, A Congregacional e A Batista.
As suas principais características
são: Soberania de Deus, Centralidade da Bíblia, Ênfase no Arrependimento, na
Conversão e Santificação, Vida Teocêntrica, Expectativa no Futuro sem deixar de
agir no presente, Família para a Glória de Deus, Sermão Tocante e Vida Cristã
equilibrada.
O puritanismo teve vários
expoentes célebres, dentre eles, João Bunyan, Jonathan Edwards, Richard Baxter,
John Owen.
II.
O PIETISMO
O pietismo surgiu como uma
reação a formalidade fria e morta que a Igreja da Alemanha enfrentava no século
XVII. Os ministros luteranos estavam mais ocupados em questões filosófico-teológicas
que com o acompanhamento de suas ovelhas. Contra isso, levantou-se Phillipp
Jakob Spener, o “pai do pietismo e o conselheiro espiritual da Alemanha”, com
um grupo que semanalmente se reunia para orar e estudar a Bíblia. O grande
ideal do pietismo era conduzir o povo alemão a uma vida piedosa. O grande erro
teológico do pietismo foi partir da formalidade fria para um experiencialismo
sem teologia. Desprezaram a doutrina para apegarem-se a experiências.
Os
pietistas e os quacres, esses dois movimentos desaguaram no experiencialismo da
teologia liberal de Schleiermacher foram as bases para os misticismos
evangélicos pós pentecostais iniciados em 1906 nos Estados Unidos[1]. Contudo, a bem da
verdade, precisamos ressaltar que o pietismo influenciou os Morávios, e eles
influenciaram John Wesley que juntamente com George Whitefield iniciou um grande
despertamento espiritual na Inglaterra.
III.
O MOVIMENTO MISSIONÁRIO MODERNO
Durante um período de mil
anos, a partir dos dias apostólicos, o cristianismo foi uma instituição ativa
na obra missionária. Nos primeiros quatro séculos, a Igreja converteu o império
romano ao cristianismo. Depois, seus missionários encontraram-se com as hordas
dos bárbaros que avançavam e os conquistaram antes que os bárbaros
conquistassem o Império Romano do Ocidente. Após o século X, todos os
envolvidos com a Igreja estavam mais preocupados pela luta do domínio supremo do
que com missões de modo que o espírito missionário arrefeceu, embora não tenha
desaparecido inteiramente. O primeiro movimento missionário após a reforma foi
feito pelos católicos sob a liderança de Francisco Xavier, pois a Igreja
Protestante, inicialmente, estava mais interessada em purificar e reorganizar a
igreja primeiro, antes de trazer novos convertidos.
O movimento missionário
protestante começou com os Morávios que em 1732 enviaram Hans Egede à Groenlândia
e logo depois a mesma igreja esteve trabalhando entre os índios da América do
Norte, entre os Negros das Antilhas e nos países orientais. Proporcionalmente ao
pequeno número de membros em seu país, nenhuma outra denominação sustentou
tantas missões como a igreja dos Morávios em toda sua história.
O fundador das missões
modernas da Inglaterra foi William Carey, um sapateiro, autodidata. Em 1789
tornou-se ministro da Igreja Batista. É atribuída a ele a frase: “Faça grandes
coisas para Deus e espere grandes coisas de Deus”.
As missões norte-americanas
tiveram sua origem na famosa reunião de oração que ocorreu em Massachusetts em
1811 quando um grupo de estudantes se reuniu para orar e consagraram suas vidas
à obra de Cristo no mundo pagão. Como resultado dessa união, fundou-se a Junta
Americana de Comissionados para Missões Estrangeiras. Anos depois, cada denominação
tinha sua própria Junta e seus próprios Missionários.
IV.
O MOVIMENTO PENTECOSTAL[2]
O movimento pentecostal tem
raízes nitidamente arminianas. Os estudiosos encontram raízes teológicas do
pentecostalismo na tradição Metodista. Wesley pregava a “Inteira Santificação”
também conhecida como “Perfeição Cristã” algo distinto da Conversão e seu
sucessor designado, John Fletcher passou a descrever essa experiência em termos
de “batismo no Espírito Santo” associado ao pentecostes do Novo Testamento. Desse ensinamento de “perfeição Cristã-Batismo
no Espírito Santo, surgiu as Igrejas que davam maior ênfase a Santidade,
(Church Holiness) e que posteriormente viriam ser as igrejas pentecostais. O
Falar em Línguas associado ao batismo no Espírito Santo marca distintiva do
movimento pentecostal veio à Luz com
Charles Parham no seu Instituto Bíblico no Kansas em 31 de dezembro de
1900 quando uma aluna ao ser enviada às missões pediu que Parham pusesse sobre
elas as mãos para que recebesse o Espírito Santo e então ela falou em Línguas
(Glossolalia). O que deu dimensão internacional a esse movimento pentecostal
foi o “Avivamento da Rua azuza” em 1906 com William Seymour, um pastor negro que
pregava os ideais pentecostais. Seymour fora aluno de Parham no Instituto
Bíblico. Eles asseveram ser a ‘última chuva do derramar do Espírito’ antes do
retorno de Jesus para buscar sua igreja, ligando assim, suas origens ao
pentecostes bíblicos, criando assim, também laços com a escatologia
dispensacionalista.
A essa altura, já estava sendo estabelecido no
Brasil as primeiras Igrejas Protestantes. Igrejas Históricas (berço Calvinista)
e Igrejas Pentecostais (Berço Arminiano). A Igreja no Brasil será nossa
conclusão e próximo estudo. A Igreja no Brasil foi filha do grande movimento
missionário que tantos os Morávios como os Pentecostais tinham em comum.
Podemos dizer então, que a Igreja Brasileira, tem estreita ligação com as
Missões.
Comentários
Postar um comentário
Quando os comentários serão excluídos:
1. Quando ofender a qualquer pessoa envolvida.
2. Quando houver desrespeito com as convicções alheia
3. Quando houver uso de palavras chulas
4. Quando fugir do tópico supracitado
5. Reservamo-nos ainda ao direito de acrescentar ou retirar cláusulas quando julgar conveniente.
Os administradores.