O PODER SUSTENTADOR DE JESUS


Nesse escrito pretendo falar de como o Senhor Jesus sustentou Charles Spurgeon em meio a tantas turbulências. Para isso, faremos  uma breve biografia, algumas citações de seus sermões, algumas de suas passagens bíblicas preferidas e o que podemos aprender do poder sustentador de Jesus na vida de Charles Haddon Spurgeon.

1.   UMA BREVE BIOGRAFIA

• Nascido em Kelvedon, Inglaterra em 19 de junho de 1834;

• Criado numa tradição congregacional não-conformista;

• Aos 16 anos, torna-se pastor auxiliar numa igreja batista e aos 19 inicia seu ministério como pastor titular;

• Aos 22, sete pessoas morrem e 28 ficam feridas num de seus sermões;

• Não possuía bacharelado em Teologia, daí rejeitou o título de reverendo, apesar disso, fundou uma faculdade de pastores;

• Foi pastor de uma mega-igreja: O tabernáculo metropolitano na era vitoriana;

•Casado com Susannah Thompson e pai de Thomas e Charles (gêmeos);

• Fundador de um orfanato, um lar para senhoras e um fundo de livros para ministros pobres;

• Aos 24 anos, experimenta a primeira dor de gota, levando-o a experimentar a primeira depressão;

• Era calvinista em sua teologia, cristológico em sua pregação, confessional em sua tradição (editou a 
Confissão de Fé Batista de 1689 para uso de sua congregação e o Breve Catecismo de Westminster para educação de jovens);

• Chamado de ‘o príncipe dos pregadores’ e o ‘último dos puritanos’;

• Morreu aos 57 anos, depois de prolongada enfermidade;

2.   CITAÇÕES DE SEUS SERMÕES

“De forma bastante involuntária, a infelicidade da mente, a depressão do espírito e a aflição do coração virão até você. Você pode não ter nenhuma razão real para a tristeza e ainda pode vir a tornar-se um dentre os homens mais infelizes, porque, por ora, seu corpo subjuga sua alma”. (O medo da morte)

“Alguns de vocês podem estar em grande agonia de espírito, uma angústia que nenhuma criatura companheira pode lhes libertar. Vocês são pobres pessoas nervosas das quais os outros frequentemente riem. Posso lhes assegurar que Deus jamais rirá de vocês. Ele sabe tudo sobre essa sua triste queixa. Então os encorajo a irem até ele, pois a experiência de muitos de nós nos ensinou que o ‘Senhor é gracioso e cheio de compaixão’”. (Relembrando as obras de Deus)

“O gozo do serviço se evapora, o mau humor que reduz a percepção dos detalhes estraga tudo, e o trabalhador se torna um mero burro de carga e lavador de pratos”. (Marta e Maria)

“Não importa o quão longe você caia em sua depressão, os braços eternos estarão sob onde você estiver”. (O Israel de Deus e o Deus de Israel)

“Dúvidas podem perseguir os fiéis”.  (Doces estímulos para uma alma cansada)

3.   ALGUMAS PASSAGENS PREFERIDAS DE SPURGEON

• O mancar de Jacó (Gn. 32:31)

Ao nascer do sol atravessou Peniel, mancando por causa da coxa”.

• As lágrimas de José (Gn 43:30)

“José se apressou e procurou onde chorar, porque se movera no seu íntimo, para com seu irmão; entrou na câmara e chorou ali.”

• O espinho na carne de Paulo (2Co. 12:7)

Para impedir que eu me exaltasse por causa da grandeza dessas revelações, foi-me dado um espinho na carne, um mensageiro de Satanás, para me atormentar.

4.   O QUE PODEMOS APRENDER COM SPURGEON?

• Deus pode usar a mim e a você independentemente da ordenação pastoral frente a uma igreja local.

Lembre-se, ele recusou o título de reverendo por não ter bacharelado em teologia, no entanto, foi um brilhante estudante da teologia dos reformadores e puritanos e um exímio pregador do Evangelho. Ainda que o ideal deva ser um pastor ordenado.

• Ser Confessional não é vergonhoso.

Spurgeon se envolveu em algumas controvérsias teológicas. Uma delas, especificamente, o afastou da União Batista. A controvérsia que o retirou da União foi que a União estava aceitando os modernistas, hoje, os liberais e, assim, abandonando a sua confissão de fé (A Confissão de Fé Batista de 1689). Spurgeon retirou-se triste, mas o fez porque eles abandonaram os claros ensinos da Escritura em prol do liberalismo.

Spurgeon professava ser calvinista.

“Nos dias de Paulo, a soma e a substância da teologia era Jesus Cristo. Proponho que o assunto do ministério dessa casa, enquanto durar essa plataforma, seja a pessoa de Jesus Cristo. Não me envergonho de jurar que sou calvinista... Não hesito em tomar o nome de batista... mas se me perguntarem o meu credo, tenho de responder: É Jesus Cristo”.

“As antigas verdades que Calvino pregou, Agostinho pregou, são as mesmas verdades que eu prego hoje em dia, pois doutra maneira, eu estaria sendo falso com minha consciência e com meu Deus. O evangelho de John Knox é o meu evangelho. E esse evangelho que trovejou por toda a Escócia deve trovejar também por toda a Inglaterra”.

• Teologia é para toda a Igreja e para a Igreja toda.

Os gnósticos dos primeiros séculos é que ensinavam que certas coisas deveriam ser ensinadas somente aos iniciados e, Irineu, bispo em Lião, na França combateu-os ferozmente naquela época. Spurgeon, em sua época, legou ao Tabernáculo Metropolitano uma faculdade de pastores para os ministros. E no púlpito, ensinava teologia aos membros. Na Controvérsia já mencionada da União Batista, Spurgeon se opôs quando, ao visitar outras igrejas, ele as ouviu dizer: “Nenhum credo, só Cristo”. Ele sabia que a Igreja precisa de teologia.

Franklin Ferreira em “Teologia Cristã: Uma introdução e sistematização da doutrina”, citando Dietrich Bonhoeffer diz: “A fé vem somente da pregação da palavra de Deus (Romanos 10:17), ela não necessita de teologia, mas a pregação correta precisa do credo e da teologia.”  (p. 26)

 E em que um cristão deve crer? O catecismo de Heidelberg responde: Em tudo o que nos é prometido no Evangelho. O Credo Apostólico, resumo de nossa fé cristã, universal e indubitável nos ensina isso. (p. 20)

Lembre-se que ele editou a CFB de 1689 e BCW para educação teológica dos membros do Tabernáculo Metropolitano.

• Um cristão verdadeiramente salvo, pode ser alvo de depressões e enfermidades.

Spurgeon era alvo de extremos de depressão, ele não desejava tais extremos para ninguém.  E, num dado sermão, reconheceu que antes dele houve outros que passaram pelo menos vale tenebroso, pela noite escura da alma. Tanto ele quanto Lutero foram depressivos e morreram devido a uma enfermidade e esses homens foram santos homens de Deus.


O poder sustentador de Jesus, evidencia-se no fato de que ele sustenta esses seres pecadores como você e eu. O tesouro (Espírito Santo) habita em vasos de barro (seres pecadores) para que a excelência do poder seja de Deus e não nossa. Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e eternamente, sustentou Spurgeon e certamente sustentará a ti e a mim também por graça. 

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