Resenha: A coragem de ser imperfeito: Como aceitar a própria vulnerabilidade e ousar ser quem você é – Brené Brown
O título original do livro é “Ousadia extraordinária: Como a coragem para ser vulnerável transforma o jeito que vivemos, amamos e lideramos nossos filhos”. O que, à luz de tudo que foi escrito, faz mais sentido; pois aqui Brown dedica um capítulo todo sobre liderança e criação de filhos.
A palavra-chave do livro é “vulnerabilidade”. Ao longo do livro, Brown oferece várias definições de vulnerabilidade: 1) É deixar ser visto, é ousar aparecer (p.10); 2) É incerteza, risco e exposição emocional (p. 28). Brown diz que ser vulnerável assemelha-se a estar nu (p. 31). Para Brown, estar vivo é, em si, um ato de vulnerabilidade daí ser um fato de coragem ou ousadia (p. 34).
Vulnerabilidade requer reciprocidade (p. 36). Nas palavras de Brown, ‘ninguém é capaz de abraçar a transparência e a vulnerabilidade sem reservas, hesitação ou medo’ (p. 88). Brown dedica um capítulo todo aos escudos que usamos para camuflar a vulnerabilidade. São sete (p.89-126):
1. A alegria como mau presságio
2. Perfeccionismo
3. Entopercimento
4. Viking (vítima)
5. Super-exposição
5.1 Holofote
5.2 Invadir e roubar
6. Ziguezaguear
7. Desconfiança, crítica, frieza e crueldade
Brown ao longo do livro trabalha também e muito excelentemente o conceito de ‘cultura’. Esse conceito, apropriando-se da definição de Terrence Deal e Allan Kennedy significa: “A maneira como fazemos as coisas por aqui” (p. 128). Pois vulnerabilidade é o andar na contramão da cultura da escassez, que para Brown, é a maior influência cultural da nossa época (p.22) e que se resume a não ter o suficiente e nem ser o suficiente (p.23). Ao contrario da cultura da escassez, a autovalorização não tem pré-requisitos (p.163-164).
Para desenvolver corretamente a vulnerabilidade é preciso praticar a resiliência, isto é, a boa virtude de se recuperar rapidamente de um revés ou de adaptarmos à mudança (p. 57). Evitar profusamente a comparação que, mesmo nostálgica, é perigosa (p. 23). É armar-se do pensamento que ao assumirmos nossa história escreveremos o seu final (p.62; 170). O ser humano é a melhor arte que existe, e arte é tudo aquilo que é perfeitamente perfeito (p.102).
Por fim, vulnerabilidade e aceitação não tem caminho pronto. Como Mark Manson salienta em “A arte sutil de ligar o foda-se”(p. 123), aqui também Brown concorda e cita o poeta espanhol Antonio Machado: “Caminhante não há caminho, se faz o caminho ao andar” (p. 187). Reconhecer-se suficiente enquanto pessoa e viver a vulnerabilidade de ser humano é um pequeno passo dado a cada vez. Somos pequenos blocos construídos ao longo do tempo. Fragmentos de rocha lapidados pelo tempo, espaço e relacionamentos. Afinal, como Brown insiste, existimos para criar vínculos uns com os outros...
O título original do livro é “Ousadia extraordinária: Como a coragem para ser vulnerável transforma o jeito que vivemos, amamos e lideramos nossos filhos”. O que, à luz de tudo que foi escrito, faz mais sentido; pois aqui Brown dedica um capítulo todo sobre liderança e criação de filhos.
A palavra-chave do livro é “vulnerabilidade”. Ao longo do livro, Brown oferece várias definições de vulnerabilidade: 1) É deixar ser visto, é ousar aparecer (p.10); 2) É incerteza, risco e exposição emocional (p. 28). Brown diz que ser vulnerável assemelha-se a estar nu (p. 31). Para Brown, estar vivo é, em si, um ato de vulnerabilidade daí ser um fato de coragem ou ousadia (p. 34).
Vulnerabilidade requer reciprocidade (p. 36). Nas palavras de Brown, ‘ninguém é capaz de abraçar a transparência e a vulnerabilidade sem reservas, hesitação ou medo’ (p. 88). Brown dedica um capítulo todo aos escudos que usamos para camuflar a vulnerabilidade. São sete (p.89-126):
1. A alegria como mau presságio
2. Perfeccionismo
3. Entopercimento
4. Viking (vítima)
5. Super-exposição
5.1 Holofote
5.2 Invadir e roubar
6. Ziguezaguear
7. Desconfiança, crítica, frieza e crueldade
Brown ao longo do livro trabalha também e muito excelentemente o conceito de ‘cultura’. Esse conceito, apropriando-se da definição de Terrence Deal e Allan Kennedy significa: “A maneira como fazemos as coisas por aqui” (p. 128). Pois vulnerabilidade é o andar na contramão da cultura da escassez, que para Brown, é a maior influência cultural da nossa época (p.22) e que se resume a não ter o suficiente e nem ser o suficiente (p.23). Ao contrario da cultura da escassez, a autovalorização não tem pré-requisitos (p.163-164).
Para desenvolver corretamente a vulnerabilidade é preciso praticar a resiliência, isto é, a boa virtude de se recuperar rapidamente de um revés ou de adaptarmos à mudança (p. 57). Evitar profusamente a comparação que, mesmo nostálgica, é perigosa (p. 23). É armar-se do pensamento que ao assumirmos nossa história escreveremos o seu final (p.62; 170). O ser humano é a melhor arte que existe, e arte é tudo aquilo que é perfeitamente perfeito (p.102).
Por fim, vulnerabilidade e aceitação não tem caminho pronto. Como Mark Manson salienta em “A arte sutil de ligar o foda-se”(p. 123), aqui também Brown concorda e cita o poeta espanhol Antonio Machado: “Caminhante não há caminho, se faz o caminho ao andar” (p. 187). Reconhecer-se suficiente enquanto pessoa e viver a vulnerabilidade de ser humano é um pequeno passo dado a cada vez. Somos pequenos blocos construídos ao longo do tempo. Fragmentos de rocha lapidados pelo tempo, espaço e relacionamentos. Afinal, como Brown insiste, existimos para criar vínculos uns com os outros...
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