Contentamento... A coragem cristã para experimentar o comum!
Entretenimento, comércio e religião são, sob muitos aspectos, as melhores maneiras que encontramos para fugir do que é ordinário e maçante. Buscamos uma grande experiência que dê alívio e, quem sabe, sentido à nossa senda. Queremos o extraordinário, o radical, o impossível! Mas... seria esse o propósito da vida? Poderia tecer dezenas de comentários sobre cada uma das
ideias que a humanidade criou para reagir à rotina, mas vou me ater ao uso da
religião para esse fim, pois tal uso apresenta um assunto precioso da
espiritualidade: o contentamento, que é a coragem cristã para experimentar o
comum. [...] Se desejamos fazer algo grandioso para Deus, tornemo-nos
mais humanos, conforme Jesus, o Nazareno, pois o fim da espiritualidade cristã
não é fazer gente virar anjo! Precisamos nos alistar novamente nos campos
vastos do cotidiano e encarar de novo o chamado da rotina. [...] Irmão Lawrence (1614–1691) disse algo que desejo viver: Para
ele, o horário de trabalho não diferia da hora de orar; no meio do barulho da
cozinha, enquanto várias pessoas pediam coisas diferentes ao mesmo tempo, ele
dizia estar com Deus, dentro de uma grande tranquilidade, como se estivesse ajoelhado
diante do Criador. O anseio pelo
infinito acontece no âmbito daquilo que chamei de “o drama da rotina”. O Eterno
entrou no tempo. – Marcos Almeida
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Uma nova reforma: Após 500 anos o que ainda precisa mudar? Organização Maurício Zágari, 1ª Ed. São Paulo, Mundo Cristão, 2017, "A infinitude de Deus e o drama da Rotina", pp. 109-110, 113-114
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