Cristo: Nossa confissão

Cristo! Nossa confissão
Mt. 16:13-16

1. Confessemos a Cristo independentemente do lugar – v. 13

Cesaréia de Filipe: Um local onde várias divindades foram adoradas. Nos tempos do A.T., Baal era adorado ali; no período interbíblico, o deus grego pan ou pá era adorado tendo ali seu santuário; nos tempos do N.T., a cidade era dedicada à César, daí seu nome Cesaréia. A designação “de Filipe” era para distingui-la de outra Cesareia costeira. O antigo nome de Cesaréia de Filipe era Paneas, homenageando assim o deus grego pan. Localizada ao pé do monte Hermom, na nascente do rio Jordão. Conjectura-se que foi por ali que Jesus subiu o monte da transfiguração. O nome atual da cidade é Bânias.

Confessemos a Jesus como o Cristo independente se o lugar teve um passado idólatra. Ele é Senhor de toda a Terra. O seu nome ressoará de mar a mar.

2. As suas conclusões sobre Jesus não podem vir do populacho – v. 13b

“Quem diz o povo ser o Filho do Homem?” O povo já havia sido antes alvo da ação evangelística de Jesus (Mt. 4:23). O povo havia sido antes alvo da justificativa de João Batista por parte de Jesus (Mt. 11:7), mas ainda assim, o povo desconhecia a Jesus... O povo tinha uma visão distorcida de Jesus. Para eles, era apenas um profeta tal qual João, Elias, Jeremias. Ainda que o N.T. diga que Jesus é profeta por cerca de 10 vezes, Jesus é muito mais do que profeta.

Era uma crença comum na época que uma pessoa pudesse viver no corpo de outra e é conhecida como ‘transmigração de almas’ ou metempsicose (Mt. 14:1,2). Razão pela qual falam de João, Elias e Jeremias.

João Batista: Um profeta de linhagem sacerdotal. Filho de Zacarias e Isabel, parentes de Maria. Comia gafanhotos e mel silvestre. Seu nascimento foi um verdadeiro milagre. Sua mãe era estéril. Foi uma figura profetizada no A.T. por Isaías (40:3-6) e Malaquias (3:1). As pessoas viam ouvi-lo (Mt. 3:5). Ressignificou o Miqvah, o rito de purificação e consagração judaico através da imersão na água. Rito praticado pelos religiosos da época com respaldo na Lei. Sua inovação foi a mensagem do arrependimento. A elite religiosa cobrava para aplicar o rito, João exigia apenas arrependimento de pecados. Alguém que experimentou incertezas na sua caminhada religiosa. Inicialmente confessou a Jesus como o Cordeiro de Deus (Jo. 1:36), posteriormente duvidou do ‘messiado’ de Jesus (Mt. 11:3). Sabia não ser o Cristo (Jo. 1:20). Alguns de seus seguidores o deixaram para seguir a Jesus como André (Jo. 1:35). Acredita-se que tenha morrido aos 31 anos de Idade. A seita dos mandeus, presente no Irã e no Iraque, dizem ser seguidores de João Batista e reconhecem-no como o Cristo. João, o Batista, (o batizador) recebe essa designação no N.T. para distingui-los dos outros seis personagens presentes no N.T com o mesmo nome. Ele é o Elias que estava para vir, vindo no espírito e poder de Elias (Mt. 11:14; Lc. 1:17).

O nascimento de ambos foi uma obra divina. Mas a concepção de Jesus foi obra do Espírito Santo. Desde o nascimento, Jesus está elevado sobre João. Ainda que João tenha sido profetizado no AT, todo a Bíblia trata sobre Jesus: Seus ofícios e obra e pessoa. Ainda que a seita dos mandeus arroguem ser discípulos de João, os cristãos em todo mundo arrogam ser discípulos de Jesus. A confissão de João é a tônica: “É necessário que Ele cresça e eu diminua”. – Jo. 3:30

O testemunho de Jesus a respeito de João: “Entre os nascidos de mulher, ninguém apareceu maior que João Batista;” – Mt. 11:11. E: “Mas eu tenho maior testemunho do que o de João;” – Jo. 5:36.

JESUS É MAIOR QUE UMA REFORMA RELIGIOSA

Elias: Um dos quatro personagens com este nome na Bíblia. A narrativa bíblica se concentra em suas obras. Foi um ardente opositor da idolatria às divindades fenícias que prometiam chuva e fertilidade. Nascido em Tisbé, em Gileade, à leste do Jordão.Foi sustentado sobrenaturalmente por Deus no ribeiro de Querite, onde corvos traziam-lhe pão e carne; sustentado pela viúva fenícia em Sarepta, onde ressuscitou seu filho. Derrotou os profetas de Baal e Aserá no monte Carmelo. Consumiu alguns soldados com fogo do céu. Foi levado ao céu num carro de fogo através de um redemoinho. Um homem sujeito às mesmas paixões que nós (Tg. 5:17,18).

JESUS É MAIOR QUE SOBRENATURALISMO E AVIVAMENTO

Jeremias: Um dos dez personagens bíblicos com este nome. Nasceu em Anatote de uma família aparentemente bem-sucedida financeiramente. Foi vocacionado por Deus para ser profeta entre os Doze e Quinze anos. Em virtude dessa vocação, se sentiu sozinho e abandonado por todos. É o profeta mais bem documentado histórica e cronologicamente da Bíblia. Viveu em uma época mundialmente turbulenta. Potências se levantando e caindo o tempo todo. Alianças políticas fracassadas constantemente. Dada a sua fidelidade a Deus foi espancado no Templo por Pasur, jogado numa cisterna e abandonado para morrer, sendo resgatado por Ebede-Meleque. Foi um profeta tremendamente ignorado pelo povo em suas predições. Presenciou, em razão da desobediência, a tomada de Jerusalém e Judá. A derrocada do Templo. Foi perseguido pelos judeus acusado de ser desertor. Judá, em sua época, teve uma derrocada enorme, ficaram apenas os mais pobres para cultivar o solo. A elite estava exilada na Babilônia. Morreu apedrejado no Egito por pregar contra a idolatria.

JESUS É MAIOR QUE A TURBULÊNCIA POLÍTICA

João, um revolucionário, anunciou o começo de um novo tempo, a era do Messias, a época do Reino dos Céus. Elias, profeta de poder, fez grandes milagres e converteu homens poderosos como Naamã, o sírio. Jeremias, um reformador, pregou a esperança em tempos de desastrosa crise nacional. 

3. A confissão da Igreja: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus Vivo” – vs. 15,16

Sua carreira havia chegado a um ponto crítico. M’Neile observa: “O ministério público na Galiléia havia terminado e a jornada em direção à cruz logo seria iniciada; e Ele desejava atrair os discípulos a uma afinidade ainda maior com a sua pessoa, como jamais havia feito”. Era necessário que seus doze seguidores tivessem uma fé muito sólida em sua missão como o Messias, para enfrentarem um futuro que iria, rigorosamente, testá-la. 


 

Marcos 8:27-30 e Lucas 9:18-21 registram essa confissão de Pedro. Mas ambos limitam a resposta a “o Cristo”. Somente Mateus acrescenta, o Filho do Deus vivo. Carr indica com propriedade a seguinte implicação: “Essa confissão não só vê em Jesus o prometido Messias como reconhece, no próprio Messias, a sua natureza divina”.

 

Essa declaração petrina não é inteiramente nova, uma vez que Pedro já a tinha feito antes em Cafarnaum: “Temos crido que tu és o Santo de Deus” (Jo. 6:69).

A confissão decorre de um relacionamento. Observamos a troca intencional dos pronomes. Agora, ao contrário de “Filho do Homem”, Jesus usa “Eu”. Isso indica proximidade. A dupla relação com Cristo: individual e comunitária.

A figura de maior destaque: Cristo! Enquanto João pregava a entrada do Reino, Cristo é a porta do Reino; enquanto Elias derrotou quatrocentos profetas, Cristo derrotou o pecado, a morte e o Diabo. Jeremias era um profeta resiliente, símbolo da paciência de Cristo nos sofrimentos.  

Spurgeon: “Se Cristo não é Deus, então não somos cristãos”.

Uma confissão feita em meio à desafios. Pedro confessou a divindade de Jesus quando a minoria a confessava. Confessou quando a oposição era enorme. Confessou quando tudo ao redor desacreditava dessa confissão.

 

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